Sem Remetente

Lo que importa es la no-ilusión

Precisa passar, porque quando eu me apaixono, não passa de ilusão. Assim foram os meus últimos dias: oníricos. Pois é, eu sinto algo parecido com medo. Puro medo de não conseguir voltar toda vez que mergulho nas histórias dela. Porra, caralho. Já foram três palavras chaves: paixão, ilusão, medo. É isso, é tudo sobre isso. Ela me provoca um prazer solitário, manso e perverso. Talvez seja porque não possamos andar com mãos de namoradas (atadas) em uma rua, por exemplo. Ou talvez seja porque ela é meio Joy Division I’ve-been-waiting-for-a-guide-to-come-and-take-me-by-the-hand e eu sou meio Garbage hanging-around-bars-at-night-wishing-I-had-never-been-born. Ela é meio artes-escorpiana e eu sou meio humanas-libra. Ela parece com mel, girassol, morango, alecrim e todas essas coisas gostosas, cheirosas, agradáveis; mesmo sendo um poço de problemas. Céus, por que estou falando essas coisas? Eu quase não aguento ler sobre como ela tem um relacionamento aberto com fulaninha,  e poxa vida, quanta modernidade. Mas respondo, meio fingindo que não me importo, que se eu estivesse lá as coisas seriam diferentes, que fulaninha não sou eu, e essas coisas. Mas, agora, começo a sentir ódio. Simplesmente porque isso não é justo, meu bem. Está sendo devastador ser descoberta adormecida nos porões da solidão, enquanto ela lentamente me acorda sem ao menos poder ficar. Sim, aflige muito querer e não ter. O que me resta é acender um baseado, tomar um ácido, um porre, um chá de cogumelo e bem, essas coisas. Pelo menos assim eu posso imaginar como seria tê-la. Cada vez me convenço de que isto não pode ser apenas onírico. Digo, nós. Digo, irreal. Eu vou encontrá-la e tê-la. Porque não morri, porque é verão, porque não pode ser tarde demais e eu quero ver, rever, transver, milver, tudo que não vi dela, sobre ela, com ela e por ela.

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